quinta-feira, 21 de março de 2013

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ TZAV E PESSACH 5773


BS"D

CONTROLANDO AS TENTAÇÕES - PARASHÁ TZAV E PESSACH 5773 (22 de março de 2012)

"Um fumante foi se consultar com um terapeuta, buscando ajuda para controlar seu vício de fumar vários maços de cigarro por dia. Muitas vezes ele havia tentado parar de fumar, mas sem sucesso. O terapeuta, para ajudá-lo, admitiu ao paciente:

- Sabe, eu também costumava fumar muito. Tentei parar, convencendo a mim mesmo que cigarros são nojentos, prejudiciais à minha saúde e perigosos também para minha família. E funcionou, mas apenas por alguns poucos dias. Passado algum tempo, eu voltei a me convencer que fumar não era algo assim tão ruim. Tentando racionalizar, decidi que voltaria a fumar apenas alguns poucos cigarros por dia, e sempre longe da minha família, de preferência onde ninguém poderia me ver. E assim foi no início, mas com a volta do hábito de fumar, tive uma forte recaída e logo estava fumando tanto quanto antes, mesmo na presença da minha família.

- E como você realmente conseguiu parar de fumar? - perguntou o paciente, curioso.

- Certa vez – disse o terapeuta – eu tentei uma estratégia diferente. Peguei um cigarro na mão, olhei fixamente para ele por alguns instantes e disse para mim mesmo: 'Sim, este cigarro me trará muito prazer se eu fumá-lo. E o que eu desejo agora é fumá-lo para sentir este prazer. Mas eu decidi que vou parar.

- Esta mudança de atitude funcionou para conter meu vício, e depois disso eu nunca mais fumei – finalizou o terapeuta – O motivo de esta técnica ter funcionado é que eu não tentei me enganar, fingindo que o cigarro não me dava prazer. Em vez disso, eu decidi admitir para mim mesmo que eu desejava fumar um cigarro, mas que preferia controlar meu desejo".

Assim deve ser nossa atitude em relação aos nossos vícios. Não podemos tentar nos enganar. Temos que encarar o problema de frente e buscar soluções que possam realmente nos ajudar a fugir dos nossos vícios e desejos, principalmente daqueles que prejudicam as nossas vidas e as vidas das pessoas em volta.

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Nesta semana lemos a Parashá Tzav, que continua descrevendo as leis dos Korbanót (sacrifícios) que eram oferecidos no Mishkan (Templo Móvel). E um dos Korbanót era o "Korban Todá", o sacrifício de agradecimento, trazido por uma pessoa que havia passado por um grande risco de vida. O Korban servia para a pessoa reconhecer que a mão de D'us estava por traz de sua salvação, evitando assim o grave erro de pensar que as coisas acontecem por acaso, sem controle. E muitas vezes esta Parashá é lida no "Shabat HaGadol", o último Shabat antes da festa de Pessach, que começa na próxima segunda feira de noite (25/03). Talvez uma das conexões da Parashá Tzav com a festa de Pessach é que, da mesma forma que o Korban Todá era um lembrete para a pessoa não se esquecer da "Mão de D'us" em sua salvação, assim também é Pessach, a festa em que reunimos nossas famílias, principalmente durante o Seder de Pessach, e recordamos de todos os milagres que D'us fez para nos salvar do Egito.

A salvação do Egito não foi apenas uma salvação física. O povo judeu estava em uma terrível queda espiritual. O profeta Yechezkel, para descrever a decadência espiritual do povo judeu durante a escravidão no Egito, após dois séculos no lugar mais promíscuo e idólatra do mundo, utiliza a seguinte expressão: "Ve At Eirom VeEria" (Yechezkel 16:7), que significa literalmente "você estava nua e sem roupa". O que significa esta expressão, e por que o profeta utilizou duas linguagens aparentemente redundantes, nu e sem roupa?

Além disso, o profeta Yechezkel também descreve que quando D'us viu o povo judeu naquele nível tão baixo, sob a terrível opressão egípcia, Ele falou: "Vocês devem viver através do seu sangue, vocês devem viver através do seu sangue" (Yechezkel 16:6). O Midrash (parte da Torá Oral) ensina que as duas menções do sangue se referem ao sangue do Brit Milá (circuncisão) e ao sangue do Korban Pessach. O que isto significa? O povo judeu estava em um nível espiritual muito baixo, também imersos em idolatria e promiscuidades, e por isso não tinham méritos suficientes para serem salvos por D'us. Mas com as Mitzvót do Brit Milá e do Korban Pessach, eles conseguiram se elevar e atingir o nível necessário para a salvação. Porém, como o sangue do Brit Milá e o sangue do Korban Pessach serviram como antídoto para o nível espiritual baixo do povo judeu, descrito como "nu e sem roupa"?

Explica o Rav Yohanan Zweig que a linguagem "Eirom", que significa "nu", se refere a um nível de nudez no qual a pessoa sente a vergonha e a humilhação de estar sem roupa. É o mesmo termo que a Torá utiliza quando Adam e Chava (Adão e Eva), após terem comido do fruto proibido, tiveram consciência de sua nudez e se esconderam por causa da vergonha. Já a linguagem "Eria", que significa "sem roupa", vem da raiz "Ervá", uma linguagem que está relacionada com libertinagem e imoralidade. É um nível no qual a pessoa perde a sua grandeza de ser humano e não sente mais nenhuma vergonha ou humilhação por estar nu. Os animais não tem nenhuma vergonha de sua nudez, pois a vergonha é um sentimento inato do ser humano. Quando uma pessoa cai neste nível, ela desce a um grau igual ao dos animais. De onde vem esta dessensibilização? Do constante envolvimento com comportamentos imorais.

Da mesma forma que isto ocorre no mundo material, também ocorre em um sentido espiritual. Uma pessoa que se afasta dos caminhos corretos pode sofrer duas consequências espirituais diferentes. Em um primeiro nível, a pessoa comete transgressões mas sente vergonha por isso. Porém, há um nível ainda mais baixo, no qual a pessoa se sente confortável com seus maus atos e perde a sensibilidade, não sentindo nem mesmo vergonha dos seus erros. Neste nível, a pessoa perde o foco do que é requerido dela como ser humano.

Antes da saída do Egito, o povo judeu havia caído no 49º grau de impureza espiritual, em uma gradação que ia até 50. O profeta Yechezkel nos ensina que eles estavam tão dessensibilizados que já não sentiam nenhuma vergonha de estarem "nus espiritualmente", isto é, desprovidos de qualquer espiritualidade. O enorme peso da escravidão, junto com o profundo envolvimento com as idolatrias egípcias, desumanizaram tanto os judeus que eles perderam até mesmo a vergonha de sua condição espiritual tão baixa. Por isso o profeta utilizou as duas linguagens, para demonstrar que não apenas o povo judeu pecava, mas já não sentia nem mesmo a vergonha pelos seus erros.

O Talmud (Sanhedrin 62b) ensina que a idolatria é, na verdade, um meio que a pessoa utiliza para entrar em imoralidades. Enquanto uma pessoa sente vergonha do seu comportamento imoral, ela não pode aproveitar totalmente a libertinagem, pois sua consciência não a deixa. A única maneira é tirar de si a responsabilidade com D'us, e a idolatria é a maneira de atingir esta "liberdade". A escravidão piorou ainda mais a situação, pois o escravo é o protótipo da pessoa que não tem responsabilidade por seus atos e suas consequências futuras, se envolvendo muito mais facilmente em comportamentos promíscuos. Neste contexto, foram necessárias as duas Mitzvót, o Brit Milá e o Korban Pessach, para afastar o povo judeu do caminho da idolatria e da imoralidade, e trazer os méritos necessários para a salvação.

Explica o Rambam (Maimônides) que o Brit Milá é um símbolo de moralidade, sendo especificamente realizado no órgão reprodutor para nos ensinar a elevarmos nossos desejos e energias e canalizá-los ao cumprimento do nosso propósito na vida, o oposto do que fazem os animais, que são completamente dominados e guiados apenas por seus desejos. Ainda segundo o Rambam, o Korban Pessach era a negação final da idolatria. O cordeiro era a divindade egípcia e, portanto, o abate do cordeiro demonstrava a lealdade do povo judeu com D'us. Os dois sangues ajudaram o povo judeu a retomar o foco, possibilitando a redenção.

Quando lemos a Hagadá na noite do Seder de Pessach e dizemos "Se D'us não tivesse tirado nossos antepassados do Egito, nós, nossos filhos e os filhos dos nossos filhos ainda estaríamos subjugados ao Faraó no Egito", estamos reafirmando que se D'us não tivesse nos tirado do Egito, estaríamos até hoje entregues à promiscuidade e à idolatria, dois erros que nos afastam do nosso caminho correto e não nos deixam cumprir o nosso papel espiritual no mundo.

Da mesma forma que o povo judeu foi salvo pelo mérito dos dois sangues, do Brit Milá e do Korban Pessach, que possamos meritar a nossa salvação final voltando nossos corações para D'us em Emuná (fé) completa e canalizando nossos desejos apenas para fazer o que é correto na vida.

SHABAT SHALOM e PESSACH KASHER VE SAMEACH

Rav Efraim Birbojm

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